quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Rio

O céu corria rápido. As nuvens passavam e eu quase não conseguia acompanhar os desenhos que formava. Sentia dali como um imenso cobertor me protegendo, pois era assim que a água sempre me fazia sentir.
O barulho do rio se misturava com as imagens das árvores exatamente acima de mim. E eu olhava desde o primeiro, até o último galho, o mais alto. O que o sol alcançava e parecia de um lugar diferente dos outros. Eu via o reflexo do sol nas teias de aranha e parecia tão perto que tentava pegar, mas sem sucesso. Apenas parei. Deixei meu corpo, que boiando, fosse levado pela água corrente do rio. Talvez me levasse para onde eu queria chegar. Talvez eu conheceria um mundo que eu sozinha não seria capaz de conhecer.A água refletia nos troncos das árvores. Sorri e pensei que eu ajudava a refletir também. Ajudava na força do rio e em deixá-lo limpo. Em pegar as pedras do fundo e conhecê-las.E o rio me ajudava.Me ajudava a esperar as águas que viriam e me mostrava que tudo seria diferente se eu continuasse ali, mesmo por um segundo. E eu esperei e esperarei. Quem sabe em algum momento as águas mudem. E se mudarem, quero estar de pé, observando-as passarem por mim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário