É quando você senta, e depois de mais de trezentos dias, começa a pensar em tudo o que você fez. Lembra das coisas bobas que você falou, e lembra das pessoas que você ajudou com uma simples palavra. Vê quantas coisas você poderia ter feito, ou quantas coisas poderia ter deixado de fazer. Percebe que abriu mão de coisas, e começa a ver que pode ter valido a pena, ou não. Ri lembrando das bobagens que você fez, das idiotices com seus amigos. Chora ao lembrar quantas pessoas saíram da sua vida também, chora lembrando do que você queria ter mudado, do que você queria que nunca tivesse acontecido, chora lembrando das decepções, e das perdas.
Ai você começa a ver as chances desperdiçadas, os dias ou semanas que perdeu, começa a ver que mesmo sem notar, você mudou, seus pensamentos mudaram, ou qualquer coisa em você mudou. Percebe que quem tem que ser melhor é você, o ano em si, não vai ser melhor, mais triste ou mais feliz, quem faz isso é você, quem faz as escolhas é você, e quem convive com as conseqüências ainda é você. Percebe que tudo o que você fez foi o que definiu o seu ano, percebe que o que você fez definiu quem você foi ou quem você é, mas percebe também que tudo o que você fez já passou, assim como todos os dias vão passando, assim como todos os anos também vão passando, assim como a vida vai passando e você também vai passando junto com ela. E o bom de passar é que você aprende o que deve ou não fazer, que ao passar, você deixa as coisas ruins pra trás e resgata todas as boas novamente, e acrescenta mais. E então, você começa a querer que o próximo ano seja o melhor, o que te traga as melhores lembranças, sempre espera que o próximo ano seja melhor do que o que passou, deseja que o ano novo, seja realmente novo e traga coisas novas com ele. O bom da idéia de ano novo, é que com isso você realmente acredita em vida nova, em tudo novo, acredita em ser feliz mais uma vez e ser melhor do que você nunca foi, o lindo da idéia de ano novo é que com isso você realmente começa a acreditar na palavra recomeçar.